Roque Lopes

OPINIÃO: interesse de vereadores pelo convênio da Educação é legítimo, mas …

Oposicionistas, especialmente David Almansa, questionam o convênio do Pacto pela Educação

O assunto do dia em Cachoeirinha, que atinge 4,5 mil crianças, é o convênio da prefeitura com o Instituto Raiar denominado Pacto pela Alfabetização. Foi tema da reunião da Comissão de Educação do Legislativo e a secretária de Educação, Rosinha Lippert, ao lado da coordenadora Pedagógica, Ana Cristina Martins, e da coordenadora do Pacto na secretaria, Kely de Jesus, surpreenderam os parlamentares, embora eu duvide que vão admitir publicamente.

O tema alfabetização, por toda sua complexidade, não é um assunto para ser tratado sem a profundidade que ele merece. O vereador David Almansa exagera ao classificar o material didático do Instituto Alfa e Beto de criminoso por ser supostamente racista. O parlamentar extraiu dos conteúdos o que lhe serviu para promover um banzé, embora a preocupação dele seja legítima e democrática.

O vereador catalisa um grupo, que sequer sabemos o tamanho, que discorda não só do Pacto, mas também do modelo de alfabetização. Esquece, contudo, que nada surgiu da noite para o dia. A discussão de como a alfabetização deve ser tratada vem de longa data na cidade e na Comissão ele ouviu como todo o processo foi construído nos últimos anos.


É claro que vamos ter no universo de 1,3 mil profissionais da Educação na rede municipal os que discordam, os que concordam, os que são mais alinhados aos ideais de direita e de esquerda, os doutrinadores políticos e por aí afora. Não podemos, no entanto, achar que a voz da minoria significa que tudo esteja errado. E também não podemos aceitar que democracia é a minoria querer fazer valer a qualquer custo o que acha mais adequado, se utilizando de todas as formas para desqualificar um trabalho com questionamentos e argumentos pueris.

A reunião da Comissão de Educação nesta quinta mostrou que o tema tem uma complexidade muito grande não podendo ficar orbitando o tal racismo estrutural e a suposta imposição de um método de ensino. O assunto não se esgotou e vai ser positivo para trazer mais informação para os parlamentares e para a sociedade. Também é positivo porque o debate poderá fazer com pais compreendam como são filhos estão sendo alfabetizados e passem a dar uma atenção maior a eles, contribuindo para uma formação de mais qualidade. Sim, os pais também tem um papel e importante no processo de formação das crianças.

LEIA MAIS

A constrangedora pergunta de um vereador

Secretaria da Educação explica o Pacto pela Alfabetização na Câmara

Artigos relacionados

error: Não autorizamos cópia do nosso conteúdo. Se você gostou, pode compartilhar nas redes sociais.