Na luta para ajustar as despesas ao que entra no caixa da Prefeitura, o governo Miki/Maurício vem enfrentando uma guerra de informações nem sempre divulgadas de forma completa ou utilizadas de forma a criar uma falsa realidade. O secretário de Governança e Gestão, Juliano Paz, vê interpretações dados utilizados pelo Sindicato dos Municipários e oposição na construção de argumentos com preocupação.
O atual governo, argumenta, tem uma total transparência em relação a todos os dados. “Não há nada para esconder. Eu penso, vendo e lendo muitas coisas, que é necessário parar de mentir e utilizar argumentos falsos”, frisa. No último sábado (8), durante o Prefeitura com a Gente na escola Ivo Rech, na Canarinho, o Simca distribuiu um panfleto com alguns dados incorretos e outros sem contextualização.
No caso dos Cargos em Comissão, o panfleto distribuído no bairro e para quem chegava na escola, é afirmado que um quarto da despesa da folha de pagamento da prefeitura é gasta com eles.
“Os CCs representam apenas 5% da folha de pagamento. E é bom lembrarmos que somente 40 deles ganham mais do que 67% dos funcionários, cujos salários desta parcela partem de R$ 4 mil mensais”, afirma.
Depois de o colunista Roque Lopes, do site oreporter.net divulgar que Cachoeirinha tem 1 funcionário público para cada 35 habitantes, sendo o município com o maior número de servidores no comparativo com a população entre as cidades vizinhas, um site de Gravataí fez um comparativo entre o número de CCs e a população. Já o Simca foi além no panfleto, realizando um comparativo entre o número de CCs, médicos e dentistas com relação ao número de habitantes, criando uma distorção nos dados para argumentar que a Cachoeirinha tem muitos CCs.
Juliano Paz reforça que o foco nos CCs não é adequado, porque mesmo que todos sejam demitidos a economia mensal será de apenas R$ 800 mil. “Temos que parar com essa demagogia”, diz.
O secretário da Fazenda, Alex Branco, revela que a folha de pagamento média hoje, considerando os encargos, gira entre R$ 15 e R$ 16 milhões. No mês passado, ela passou dos R$ 18 milhões porque houve um pagamento de uma parcela da dívida com o Iprec para permitir a renegociação do débito dentro do programa de parcelamento de 200 meses criado pelo Governo Federal.
Demissão voluntária
A sugestão dada pelo colunista de oreporter.net de um programa de incentivos para aposentadoria e demissão voluntárias, segundo Juliano e Alex, não poderia ser criado no momento. “Nós precisaríamos de recursos para isso e não temos”, explica Alex. Tanto ele quanto Juliano explicam que a despesa com a folha precisa ser reduzida e que novas alternativas estão sendo estudadas e serão negociadas com o sindicato, quando for o caso. A aposentadoria e demissão voluntárias, no entanto, não estão descartadas por completo.
Dívida do vice-prefeito
Outro ponto comentado por Juliano no sábado diz respeito aos devedores da Prefeitura. As cobranças, explica, estão sendo realizadas e para facilitar os pagamentos a Prefeitura criou um programa com descontos. Há casos, contudo, que precisam aguardar um desfecho na Justiça.
O Simca, em seu panfleto, cita a dívida com o vice-prefeito Maurício Medeiros tem com a Prefeitura, que passa um pouco dos R$ 600 mil. “Este é um exemplo de dívida que está sendo discutida na Justiça. Então, da forma que divulgam as informações, parece que não estamos fazendo nada ou querendo dar algum privilégio a alguém. Esta dívida, assim como outros, dependem da Justiça”, revela.