Vítimas a enchente cobram o Estado e voltam a cobrar a Prefeitura
Depois da caminhada de protesto realizada no sábado (2) na avenida Flores da Cunha, representantes de moradores participaram de reunião na Prefeitura e Secretaria da Reconstrução Gaúcha
Cachoeirinha – Representantes de moradores de seis bairros de Cachoeirinha, que realizaram um protesto no sábado (2) em uma caminhada na avenida Flores da Cunha, participaram de duas reuniões nesta segunda-feira (4). Pela manhã, na Prefeitura, foram recebidos pelo vice-prefeito, delegado João Paulo, e pelo secretário de Planejemento, Paulo Garcia.
Na pauta, além da cobrança por um cronograma de projetos e obras de contenção das cheias e alagamentos, o grupo pediu a isenção do IPTU de 2026. Segundo um dos integrantes do movimento, Elenilso Portela, que integra a Comissão de Moradores do Parque da Matriz, a isenção é necessária por conta da desvalorização dos imóveis atingidos pela enchente.
Outro ponto é que as moradias seguem vulneráveis porque ainda não foram executadas obras de proteção. O vice-prefeito pediu para analisar o pedido e dar um posicionamento até o final desse mês. Os moradores ainda cobraram a apresentação de um cronograma de projetos e obras de contenção.
O secretário de Planejamento explicou que obras estão sendo encaminhadas via financiamento com o Banco Asiático de Investimento em Infraestutura (AIIB), de US$ 70,51 milhões – e não de US$ 88 milhões, como tem divulgado -, que com a contrapartida chega a US$ 84,61 milhões. Falou ainda que encaminhou projetos ao Estado pedindo R$ 140 milhões do Funrigs para obras de drenagem e casas de bombas, além de revisão e reforço no dique atual.
Os representantes de moradores dos Bairros Parque da Matriz, Jardim América, Eunice Velha, Santo Ângelo, Carlos Wilkerns, Veranópolis e Vila Marcia, também tiveram nesta segunda uma reunião na Secretaria da Reconstrução do RS, em Porto Alegre. Na conversa com a chefe de gabinete, Camila Lorenzi, e com o subsecretário de Projetos etruturante, Guilherme Bartels, pediram agilidade da Fepam na liberação dos laudos para a construção do novo dique da ponte de acesso a Cachoeirinha até o limite com Canoas.
“Os moradores sugerem que é necessário o governador contratem técnicos para Fepam atender a alta demanda e dar agilidade na liberação dos laudos ambientais”, destaca Portela. O grupo ainda pediu que haja um estudo para evitar alagamentos provocados pelas cheias no Rio Gravataí e Arroio Passinhos. Este projeto não está entre os definidos pela União para a região da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.
Nele, estão o dique em Cachoeirinha, diques em Gravataí e microbarragens no Rio Gravataí. Os projetos estão parados na Fepam aguardando a análise dos estudos de impacto ambiental e relatórios de impacto ambiental (EIA/Rima).
No dia 10 de junho, durante reunião do Conselho de Monitoramento das Ações e Obras de Reconstrução do RS, o Governo do Estado apresentou um cronograma preliminar de entregar as obras em 2030 e 2031. O Governo Federal cobrou do Estado agilidade nos projetos. Pelo cronograma preliminar apresentado, as obras em Cachoeirinha e Gravataí estão previstas para iniciar em maio de 2028 e serem entregues em maio de 2031.