Visitadores do Bebê Saúde de Gravataí têm formação sobre luto e enchentes
Atualmente, Gravataí conta com 27 visitadores para auxiliar no atendimento de mais de 470 pessoas, especialmente aquelas famílias com crianças e gestantes em situação de risco e vulnerabilidade social
Gravataí – Visitadores do Bebê Saúde de Gravataí participaram, nesta quinta-feira (4) de uma capacitação com o tema “Luto no contexto das enchentes: uma escuta necessária”. Promovido pelo Programa Primeira Infância Melhor (PIM), o encontro abordou, entre outros temas, a compreensão do processo de luto por diferentes tipos de perda no contexto das enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, a fim de auxiliar os profissionais no atendimento às famílias acolhidas.
“O objetivo não é esquecer o luto, mas sim encontrar um jeito de viver a nova realidade imposta. A morte não encerra o relacionamento, as memórias sempre vão permanecer presentes. A saudade sempre gera uma dor e um sofrimento, o que é natural durante esse processo”, destacou a psicóloga Gabriela Vescovi, que também orientou e recomendou aos visitadores alguns cuidados e intervenções para ajudar as famílias atingidas.
A experiência de ter que sair de casa em meio a um cenário de incerteza causado pelas enchentes impactou diretamente milhares de pessoas em todo o Rio Grande do Sul, explicou a também psicóloga Luciane Pujol. “A dor de cada pessoa é diferente. Daí a importância do acolhimento e do cuidado com as famílias acompanhadas”, lembrou. O momento atípico de maio, por exemplo, causou e ainda resulta em alterações de rotina e sensação de insegurança e de ameaça à cultura para muitos.
Atualmente, Gravataí conta com 27 visitadores para auxiliar no atendimento de mais de 470 pessoas, especialmente aquelas famílias com crianças e gestantes em situação de risco e vulnerabilidade social. Embora o Bebê Saúde e o PIM sejam um programa único, eles possuem interfaces diferentes. O Bebê Saúde possui uma visão geral da saúde da gestante e/ou da criança. Para isso, o serviço conta com o apoio das secretarias municipais da Educação (Smed) e da Família, Cidadania e Assistência Social (SMFCAS). O PIM, por sua vez, desenvolvido juntamente com a Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), trabalha com a parte da ludicidade e como está o desenvolvimento da criança de acordo com a faixa etária dela.
Entre as pessoas acompanhadas atualmente pelo Bebê Saúde/PIM, estão crianças de até três anos de idade com alguma patologia ou em vulnerabilidade social, crianças que nasceram com exames para sífilis reagente, gestantes de alto risco e gestantes com notificação de sífilis na gestação. Os visitadores, desta forma, orientam as famílias e esclarecem eventuais dúvidas que possam surgir, além de acompanharem a caderneta de vacinação e auxiliarem nas atividades com brinquedos para melhorar o estímulo da criança, aspectos considerados fundamentais para a saúde do bebê.
Além disso, os visitadores auxiliam na busca de recursos do governo estadual por meio de algum benefício a que tenham direito e no estímulo às mães adolescentes a continuarem na escola, buscando oportunizar maior qualidade de vida para elas e para os seus filhos, assim como elaboram os planos de visita e monitoram e avaliam os resultados junto às famílias sob sua responsabilidade. Com isso, proporcionam olhares atentos ao ambiente no qual a criança está inserida, ao acesso aos serviços sociais e de saúde e ao fortalecimento de vínculos.