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Toledo sobrevive a atropelamento e retorna às ruas de Cachoeirinha

Toledo afirmou que não pretende desistir da profissão - Foto: Arquivo Pessoal/oreporter.net

Cachoeirinha – O agente de trânsito Douglas Toledo retomou suas atividades profissionais na última segunda-feira (18), na Secretaria de Mobilidade Urbana de Cachoeirinha, após 120 dias afastado devido a um acidente em serviço. “Muito obrigado pelas orações, visitas, conversas e todo apoio recebido. Agradeço principalmente a Deus por me permitir continuar vivo e retornar ao meu trabalho”, declarou Toledo. Conhecido entre os colegas pelo sobrenome, estampado em seu colete, ele foi recebido com abraços, apertos de mão e mensagens de boas-vindas no retorno às funções.

O retorno do agente já foi marcado por uma ocorrência. No final da manhã de segunda-feira, ele participou do atendimento a um acidente no bairro Jardim Betânia, onde a condutora foi presa por dirigir sob efeito de álcool. O caso aconteceu no mesmo bairro onde, em 16 de abril, Toledo havia sido atropelado durante uma perseguição.

Na tarde de sexta-feira (23), Toledo recebeu a equipe de reportagem do site O Repórter na Secretaria de Mobilidade Urbana e detalhou os acontecimentos da noite do atropelamento, que resultou em seu afastamento. Segundo ele, a ocorrência teve início durante abordagens de rotina na Avenida Frederico Ritter. Ele foi informado pelo rádio sobre um veículo Gol em alta velocidade. O motorista desobedeceu à ordem de parada, quase atropelou o colega Cabral e iniciou fuga. A perseguição se estendeu por cerca de 3,1 quilômetros até a rua Anildo Gomes, no bairro Moradas do Bosque, onde o condutor foi encurralado pelas viaturas de trânsito.

Durante a tentativa de fuga, o motorista jogou o carro contra Toledo, que foi atropelado e teve a perna direita atingida. Na manobra, o veículo também colidiu com uma viatura que dava apoio à ocorrência. Os colegas Gustavo e Fernandes conseguiram deter o motorista, enquanto Toledo, mesmo com dores, levantou-se e auxiliou no controle do condutor até a chegada da Guarda Municipal. Após o atendimento inicial, Toledo relatou que as dores aumentaram e foi necessário deitar-se na caçamba da viatura para receber socorro.

Inicialmente, Toledo acreditava ter sofrido apenas uma torção e tentou finalizar a ocorrência. Um colega com formação em enfermagem avaliou a situação e indicou a necessidade de atendimento médico imediato devido à suspeita de fratura. O agente foi levado ao Hospital Padre Jeremias e posteriormente transferido para o Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Exames realizados confirmaram três fraturas no tornozelo e um hematoma na região das costas. Na noite do acidente, Toledo entrou em contato com sua esposa para informar que estava bem, apesar do atropelamento, e permaneceu internado nos dias seguintes.

Hematoma na região das costas

Seguindo orientação médica, foi transferido para o Hospital de Viamão, onde passou por cirurgia para colocação de pinos no tornozelo direito. Após receber alta, iniciou recuperação em casa, processo que incluiu reaprender tarefas básicas do dia a dia e caminhar com auxílio de andador antes de voltar a andar sozinho. Mesmo já liberado pelos médicos, ele segue fazendo fisioterapias, frisou Toledo

A cicatriz dos pontos onde ele colocou os pinos na perna

O agente Douglas Toledo afirmou que o apoio de familiares, amigos, colegas e desconhecidos foi fundamental para sua recuperação e retorno ao trabalho. Ele agradeceu a Deus, à família, aos médicos e enfermeiros dos hospitais Padre Jeremias, Cristo Redentor e Viamão, aos colegas Cabral, Fernandes, Madruga, Gerson e Gustavo, ao comandante Doebber, ao secretário de Segurança Mauro Vargas e à Guarda Municipal pelo atendimento e apoio recebidos. Toledo trabalha há 14 anos em Cachoeirinha, sendo 12 anos na área de trânsito.

Sobre a experiência, Toledo afirmou que não pretende desistir da profissão e ressaltou a função dos agentes de trânsito: fiscalizar, orientar motoristas e pedestres e garantir o cumprimento das leis de trânsito. Ele também reforçou que o acidente foi causado por um motorista não habilitado e pediu que a população respeite as normas de trânsito.

O comandante dos agentes de trânsito, Charles Doebber, comentou que casos como o enfrentado por Toledo são recorrentes e refletem os riscos da profissão em diversas regiões do Brasil. Ele desejou bom retorno ao agente e destacou que Toledo é um profissional qualificado, técnico, conhecedor das legislações e das normas de trânsito, que contribui com a fiscalização diária das vias e é bem quisto por todos.

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