Vereadores negaram a existência de um mensalinho em legislaturas passadas e que não teria sido mantido nesse Governo, gerando descontentamento e ruptura na base aliada
Cachoeirinha – A suposta existência de um mensalinho em legislaturas passadas para manter vereadores fiéis ao Governo, citada em matéria do site oreporter.net, irritou parlamentares, tanto da oposição quanto da situação. O prefeito Miki Breier nunca tocou nesse assunto como alguns parlamentares entenderam por interpretarem mal o texto.
Na reportagem sobre os motivos que levaram ao racha na bancada governista, onde são apontadas as exigências de cargos e outros pedidos não atendidos pelo prefeito, é citada a suposta existência de um mensalinho em administrações passadas.
O texto diz o seguinte:
Durante o episódio da denúncia com 14 possíveis irregularidades político-administrativas, que culminou com a abertura do processo de cassação de Miki e Maurício, anulado pela Justiça semanas depois, chegou a ser comentado nos bastidores que vereadores tinham até mensalinho em gestões passadas. Detalhes, contudo, não vieram à tona.
Vereadores entenderam que o prefeito havia feito a afirmação. Miki disse e diz, no máximo, que em gestões passadas aconteciam certas coisas que ele não sabe explicar. O vice-prefeito Maurício Medeiros também nunca falou em mensalinho. Ele, contudo, disse “que nesse Governo não há corrupção”. Foi aplaudido por cerca de 70 pessoas que acompanhavam a Sessão Especial realizada no dia 29 de abril desse ano na Câmara para o prefeito fazer uma prestação de contas da gestão.
O primeiro a tocar no assunto do mensalinho nesta terça-feira (27), durante a Sessão da Câmara, foi o vereador Alcides Gattini. Ele lembrou que, assim como ele, sete vereadores estão no primeiro mandato representando 40,2% da totalidade de parlamentares que compõem a Casa.
“Temos observado que é utilizado como discurso de ataque ao parlamento que o Governo atual não paga mensalinhos. Eu não me renderia por nenhum tipo de proposta. Isso é feito sistematicamente por nosso prefeito municipal. Gostaria que nominasse quais os vereadores de outros Governos que realmente pegavam mensalinho. Se existe afirmativa de que não existe mensalinho nesse Governo, está existindo uma afirmativa de que em Governos passados existia. Que se dê nome aos bois”, salientou.
Já o candidato do Governo para ser presidente da Câmara no ano que vem, Felisberto Xavier, garantiu em sua primeira manifestação que nunca recebeu mensalinho e sugeriu que esse assunto precisa ser esclarecido. Ele deixou claro em outra manifestação que o prefeito nunca fez referência a mensalinho. Já Jacqueline Ritter pontuou que deveria haver uma retratação.
João Tardeti foi outro parlamentar de legislaturas passadas que abordou o tema destacando que nunca ouviu falar nada sobre o benefício. “A sociedade vai emparelhar todo mundo. Não tinha mensalinho e não tem porque receber propina para fazer o trabalho que deve ser feito.”
O líder do Governo, Luis Henrique Tino, usou a Tribuna para desmentir a suposta existência do mensalinho no passado e afirmou ter recebido uma mensagem do prefeito para deixar claro que ele nunca tocou no assunto, como alguns vereadores entenderam. “O prefeito nunca falou em mensalinho. Isso é uma inverdade. Não foi fala do prefeito. Foi fala nos corredores (da Câmara)”, assinalou.
“Não são mensalinhos, mas são carginhos”
Rubens Otávio seguiu o debate: “Eu quero aqui colocar algumas ponderações. Existem várias formas de se falar as mesmas coisas. Estava analisando as reportagens. O prefeito não chegou a dizer isso, mas ele disse ou deixou no ar questões que no passado e em outros governos aconteciam outras situações estranhas. Ou seja, na resposta se existia mensalinhos, a resposta foi essa. Foi uma resposta tangencial. O que nós temos aqui é troca de cargos, na verdade. Se fosse o interesse da oposição, nós estaríamos no Governo com as benesses dos cargos. Não são mensalinhos, mas são carginhos”.