OPINIÃO: Zaffalon está diante de uma encruzilhada
Depois de analisar a possibilidade de um lockdown agora vai ter que decidir se libera tudo, com restrições, a partir de segunda
Não está nada cômoda a posição do prefeito de Gravataí Luiz Zaffalon diante de um cenário dramático na saúde praticamente colapsada. Nesta terça-feira (16) ele reuniu representantes da sociedade para discutir a possibilidade de um lockdown sugerido pela Vigilância Epidemiológica da cidade, a Viemsa, que foi descartada.
Agora, o governador Eduardo Leite sinalizou com a retomada da cogestão com medidas mais restritivas para a bandeira vermelha a partir da próxima segunda-feira (22), significando a abertura de atividades não essenciais.
Em menos de uma semana, o prefeito para ter que ir de um quase lockdown para uma liberação de atividades que implicam em mais pessoas circulando, favorecendo a propagação do novo coronavírus.
Ele pode adotar medidas mais restritivas do que o permitido. Pode, então, manter as regras da bandeira preta ou encontrar um meio termo entre os novos protocolos da vermelha e os que estão em vigência hoje.
Não há mais leitos clínicos na cidade e o Dom João Becker só está aceitando em UTIs pacientes com risco iminente de morte. O prefeito sofre pressão de todos os lados e é bom acrescentar neste quadro o debate de um lockdown nacional que começa a ganhar força, iniciando pela capitais.
Zaffalon vai ter que ouvir novamente representantes da sociedade para tomar uma decisão difícil. Se de um lado técnicos e parte da população pedem mais restrições, de outro ele tem trabalhadores e empresários clamando para a retoma das atividades.
O que torna tudo ainda mais complicado é a parcela da população que não respeita as regras de distanciamento e de higienização. As aglomerações e festinhas clandestinas seguem mesmo durante a bandeira preta e com a escalada de casos e mortes. Se todos colaborassem, tudo poderia ser diferente.