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OPINIÃO: os prováveis candidatos a prefeito em Cachoeirinha

Eleição suplementar pode marcar o fim de uma era de domínio do PSB

José Stédile se elegeu como prefeito de Cachoeirinha pela primeira vez em 2001, quando fez o PT chegar no comando da cidade pela primeira e única vez. Já no PSB, se reelegeu e fez seu sucessor, Vicente Pires. São mais de duas décadas em que a cidade ficou nas mãos de um mesmo grupo, agora esfacelado depois da eleição e reeleição de Miki Breier. O PSB se fragmentou e Stédile, que é pré-candidato a deputado estadual, pode estar de volta.

Desde que se desincompatibilizou da secretaria estadual de Obras e Habitação, onde construiu sua base para a eleição de outubro, vem se reunindo com lideranças partidárias e políticas para ver se consegue juntar o que sobrou da forte aliança que construiu e viu ruir desde 2017 com Miki Breier na prefeitura. Ele me disse outro dia que concorre, se tiver apoio.

A construção de alianças é o que vem dominando as conversas nos bastidores. O candidato que perdeu a última eleição por apenas 318 votos, Rubens Otávio, então pelo PSL e agora no União Brasil, resultado da fusão como DEM, segue como favorito para vencer o pleito suplementar. Mantém ao seu lado a ex-vereadora Jacqueline Ritter, do Cidadania, como vice. É uma chapa que indica que não vai se desmanchar e quem quiser apoiar será bem-vindo.

A chapa, no entanto, terá um desafio pela frente. Na última eleição, vereadores eleitos e candidatos derrotados nas urnas, embora estivessem na coligação de Miki/Maurício, trabalharam para eles na busca pelos votos. Agora, a realidade é outra. Boa parte dos vereadores estão unidos para terem o seu candidato, e o colega do Legislativo, Cristian Wasem, aparece como favorito.

O prefeito interino, contudo, tem antes um desafio para superar: a indicação do MDB. No sábado, o partido realiza a sua convenção. Wasem, genro do sempre lembrado Francisco de Medeiros, e Maurício, sobrinho do prefeito que morreu em um trágico acidente na ponte, travam uma batalha particular para construírem maioria. Assim como Stédile e Miki, Wasem e Maurício seguem linhas próprias dentro de seus partidos. Pesa contra Maurício, não só dentro do partido, mas principalmente junto ao eleitorado, todo o desgaste enfrentado durante a aliança com Miki.

Até aqui, temos no cenário o mesmo grupo de mais de duas décadas, com exceção de Wasem, que representaria a renovação política. Atento à movimentação está o Delegado João Paulo, do Progressistas. Terceiro colocado na última eleição, não abriria mão de ser cabeça de chapa. Não conversei com ele, mas acho muito difícil aceitar uma composição com Stédile e ser vice.

O delegado tem como principal vantagem a não ligação muito íntima com o grupo atual, embora tenha sido secretário de Vicente Pires por um período. Representaria a ruptura com a mensagem de colocar um ponto final no modelo de política onde a engrenagem é lubrificada com a troca de favores e cargos. Isto, contudo, tem um custo: não teria como formar uma aliança robusta. Restaria saber se o eleitor, cansado do que vem acontecendo em Cachoeirinha, estaria disposto a entender e comprar a mensagem.

E o que imagino sobre as prováveis candidaturas? Vamos lá:

Resumindo, as possíveis dobradinhas:

O que dificilmente aconteceria:

O que não vai acontecer:

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