OPINIÃO: o denuncismo que afunda Cachoeirinha; Cristian é inocente
Povo já reprovou nas urnas a turma do denuncismo que não tem responsabilidade
A polêmica do possível sobrepreço na compra de cestas básicas pela prefeitura de Cachoeirinha assumiu contornos eleitoreiros. Não há sobrepreço, mesmo que órgãos de controle venham a dizer isso. E eu provo. A empresa fornecedora discriminou produtos na nota fiscal de forma a colocar preço maior em produtos que têm imposto zero ou um percentual menor. E compensou isso em outros produtos. É uma manobra contábil que nem todo mundo se dá conta. A empresa está errada? Claro que sim, mas isso não é problema do prefeito. Alias, alguém acha que o prefeito vai ler a descrição de dezenas de notas fiscais que a prefeitura paga? Quem faz isso são os responsáveis pelos pagamentos.
Vamos considerar que alguns produtos, de forma individual, estejam com os preços elevados, enquanto outros tiveram reduções. O que o gestor olha é o valor final da cesta básica. O comprado por Cachoeirinha ficou em torno dos R$ 240,00. O fornecedor já disse, publicamente, que colocou 50% a mais. Nada de errado nisso. Ele cobra a margem que desejar. Precisamos, contudo, analisar o contexto. Ele diz que pagou mais caro para atender a necessidade da prefeitura quando tudo estava alagado.
Agora, é fácil ver oportunistas indo a um supermercado, livre da enchente, comprar os mesmos itens mais baratos e omitindo, de forma irresponsável, o conjunto das compras. Se eu for agora em um supermercado, antes alagado, e agora aberto, comprar um quilo de arroz, é óbvio que vou pagar menos do que conseguiria quando tudo estava embaixo d´água.
A prefeitura tinha uma opção. Na verdade, duas. Comprar por um preço um pouco maior, lembrando que o valor total da cesta básica e não preços individuais, ou deixar centenas de desalojados passando fome. Podemos questionar se estão corretos os fornecedores em aumentarem seus preços e não a prefeitura em querer socorrer quem perdeu tudo.
Não é de hoje que é nojento o que fazem opositores para tirarem vantagens políticas. É por isso que não conseguem se eleger. O povo não é burro e não cai na conversa de aproveitadores que buscam tão somente vantagens pessoais. As últimas duas eleições provaram isso. Os denunciantes de irregularidades, ou possíveis irregularidades, foram jogados para longe, como provou a eleição do mandato tampão. O que perdeu a eleição por pouco contra Miki, teve a faca e o queijo na mão e ficou em terceiro lugar. O que vocês acham que rendeu o denuncismo do grupo deles? As urnas mostraram.
Cristian é inocente nessa história. Quem fica se aproveitando de questões contábeis de uma empresa para obter vantagem, omitindo o contexto, é mero aproveitador. E se tem vereador da base governista que também se aproveita disso para dizer aos seus eleitores que quer investigação, que pensa em uma CPI, deve ser afastado de qualquer aliança. É um mero aproveitador de situações que o favorecem. Ele não está nem aí para a cidade ou para o governo. Só pensa em si.
Mas vamos pensar no valor final da cesta básica, ignorando a manobra contábil da empresa fornecedora para pagar menos imposto. É óbvio que diante de um cenário catastrófico, ela cobraria mais caro. Será que você não faria o mesmo? Sejamos honestos, você faria. Primeiro, para repassar o custo maior que teve e, segundo, para aproveitar a oportunidade maior e ganhar mais dinheiro.
O que há em Cachoeirinha é a velha máxima de aproveitar qualquer oportunidade para destruir quem está no poder a qualquer custo. As pessoas que criticam não têm nenhum interesse em analisar as circunstâncias e ponderar. Cristian não cometeu nenhuma irregularidade de forma intencional e quem se une para tentar chegar ao poder se alia a velha prática do denuncismo que o eleitor inteligente já reprovou nas urnas. Pena que vejo pessoas com grande potenciail de fazer história no comando da prefeitura trilhando esse caminho nojento.