Ex-vereadora Jacqueline Ritter gravou vídeo e prefeitura emitiu nota dizendo que era fake news
Cachoeirinha – A campanha eleitoral oficial para a eleição suplementar em Cachoeirinha, que ainda não tem data marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral, não começou ainda, mas pré-candidatos já estão nas ruas. Inclusive o prefeito interino, Cristian Wasem, que para enfrentar a guerra das urnas, primeiro precisa vencer a batalha interna no MDB. Pois a ex-vereadora e pré-candidata a vice, Jacqueline Ritter, na chapa com Rubens Otávio, gravou um vídeo onde aparecem funcionários da terceirizada Ecsam fazendo a limpeza de terrenos particulares nas proximidades da sede do Conselho Tutelar.
A Ecsam, para quem não sabe, é a empresa que substituiu a SKM que teve o contrato de capina e varrição de ruas e calçadas, entre outros serviços, pela Operação Proximidade. Não há como chamar de fake news o que foi gravado em vídeo. Os funcionários da terceirizada estão ali, limpando o terreno. E também não podemos dizer que Jacqueline falou algo no vídeo que seja fake news.
A prefeitura de Cachoeirinha, talvez contaminada pela pré-campanha eleitoral, se apressou em classificar a divulgação de fake news e que foi rapidamente reproduzido por administradores de páginas no Facebook. Os mais ativos, aliás, apoiam a candidatura de Cristian Wasem e, pelo menos um, teria até cargo no governo interino, conforme corre de boca em boca nos bastidores.
Fake news, para quem não sabe, são notícias falsas, informações não verdadeiras … O que Jacqueline divulgou é verdade e não há como sequer imaginar que ela teria feito uma edição de vídeo para colocar em um terreno particular vários funcionários de uma terceirizada.
Se fake news é crime, imputá-lo a alguém, salvo melhor juízo, também é. O que a prefeitura deveria ter feito é emitir uma nota de esclarecimento explicando que estava sendo cumprido um pedido feito pelo Ministério Público. E que iria cobrar os proprietários, medida decidida depois de O Repórter fazer o questionamento e a Procuradoria-Geral do Município pesquisar a legislação e encontrar previsão legal no Código de Posturas.
Devemos tomar cuidado em não vulgarizar o que é fake news. Não é obrigação de quem faz uma denúncia ir buscar detalhes para explicar o que viu. Cabe ao denunciado. E ele não pode se defender acusando alguém de produzir fake news. Deve explicar o que está fazendo com o dinheiro público.