Roque Lopes

OPINIÃO: defendem interesses próprios e não aceitam críticas

Vereadores usaram espaço na Tribuna na Sessão desta terça-feira (1) para atacar este colunista

Os vereadores Marco Barbosa e Ibaru Rodrigues, que querem para piquetes tradicionalistas, entre eles os seus, dinheiro da ajuda emergencial do setor cultural, não gostaram das críticas feitas nesta terça-feira (1) por este colunista. Nesta quarta-feira (2), eles vão se reunir com o secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Rodrigo Silveira, para propor o uso de recursos para a realização de uma ronda virtual.

Barbosa, usando a Tribuna na Sessão desta terça-feira, chamou o colunista de pseudojornalista e Ibaru, em aparte, de pessoa insignificante. Ambos possuem piquetes tradicionalistas e tiveram a brilhante ideia de quererem usar o dinheiro da classe mais atingida pelas medidas restritivas impostas devido a pandemia para interesses pessoais.

Eles deveriam, isso sim, usarem seus recursos próprios para esta finalidade. E para quem não sabe, eles vão fechar esses quatro anos no Legislativo embolsando uma verdadeira fortuna em salários. O vencimento básico, sem alguns penduricalhos, como cota gasolina e Correios, fica em média R$ 12 mil, mais 13º. Isto corresponde a uma receita anual de R$ 156 mil fechando em R$ 624 mil em quatro anos. Isso mesmo: mais de meio milhão de reais.


Barbosa, por ter sido presidente da Câmara, tendo direito a 50% a mais durante 12 meses, terá recebido ao final do mandato R$ 702 mil. Agora vamos comparar estes salários com um artesão que conseguia, antes da pandemia, faturar R$ 1,5 mil por mês. Ele levaria 35 anos para conseguir receber o mesmo que esses parlamentares.

Estas cifras astronômicas explicam em parte o desespero desses vereadores quando são criticados por absurdos que cometem, pois temem perder votos de um “negócio” quase milionário.

Os R$ 885 mil da lei Aldir Blanc são para socorrer quem não pode trabalhar durante a pandemia. Não é para ser usado para atender interesses pessoais de vereadores. Barbosa ainda usou espaço na Tribuna para criticar a Prefeitura afirmando que não foi dada ampla transparência ao edital do cadastramento do setor cultural.

O vereador falta com a verdade. Saiu no Diário Oficial, em redes sociais, teve reunião com representantes de segmentos culturais e aqui no site divulgamos matérias. Ademais, em vez de querer dinheiro para seu piquete, deveria divulgar o projeto e procurar quem está passando dificuldades para explicar como solicitar o auxílio.

É inaceitável o comportamento destes parlamentares, entre eles o presidente da Câmara, Edison Cordeiro, que apoia a iniciativa de uso do dinheiro para piquetes dos amigos. Gostam de posar como donos da verdade e ao serem criticados assumem um comportamento não digno de serem representantes do povo. Demonstram um total despreparo para ocuparem um cargo eletivo.

Bom deixar claro que não sou contra a valorização das nossas tradições. O momento, contudo, não é de festa. É de sacrifício, de solidariedade, de pensar em quem tem que colocar comida na mesa e está sem poder trabalhar. Não é hora de vereadores com altos salários quererem dinheiro público para seus piquetes.

Para quem não viu o vídeo onde os vereadores defendem a proposta e quer tirar suas próprias conclusões, ele está na coluna que publiquei nesta terça. Acesse clicando aqui.

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