
O que empresas vítimas da enchente devem fazer com financiamentos
Principal desafio de empresários é fazer um planejamento financeiro e definir uma linha de crédito
Cachoeirinha – Assim como pessoas físicas, muitas das quais perderam tudo durante a enchente, empresas também passaram pelos mesmos problemas e agora pensam na reconstrução. Com diferentes linhas de crédito disponibilizadas até o momento, o desafio agora é definir qual tipo de financiamento fazer e como investir o dinheiro. O gerente de expansão e crédito do Sicredi, Cristiano de Ávila, abordou o tema na manhã desta terça-feira (11) na palestra on-line “Planejamento financeiro, gestão de recursos e linhas de crédito”.
A iniciativa foi do grupo de trabalho Cachoeirinha Unida criado pela Associação Empresarial de Cachoeirinha (ACC). Foi a terceira atividade, conforme a presidente da entidade, Mari Valim. Ela destacou que, muitas vezes, “nesse momento de instabilidade, empresas ficam sem saber o que fazer.”
“Fazer a gestão do crédito é mais importante do que ter o crédito”, salientou, explicando que se o empresário não pensar nisso poderá não conseguir pagar o financiamento e ainda ficará com uma dívida.
Cristiano de Ávila explicou que o empresário precisa observar com cuidado os cenários. Se para alguns segmentos, a retomada pode parecer mais desafiadora, para outros o momento de reconstrução oferecerá muitas oportunidades de crescimento. “No momento que se tem a calamidade, se tem queda forte do cenário econômico. No momento seguinte, o que passamos agora, essa retomada acontece e isso pode superar o momento pré-enchente” em muitas áreas, segundo ele.
A regulamentação de linhas de crédito viabilizadas pelo Governo Federal, começou a acontecer e para o empresário definir qual vai se adaptar melhor a seu negócio depende de ajuda especializada. Nesta hora, entram em cena os gerentes de contas das instituições financeiras. Cada uma delas tem seus critérios próprios e todas avaliam a capacidade financeira da empresa para dar conta do valor que tomar emprestado.
As linhas de crédito variam em taxas de juros, prazo de carência e prazo de pagamento, entre outras. E as empresas que foram vítimas direta ou indiretamente da enchente podem recorrer a um financiamento. Cristiano citou o exemplo de um restaurante que não foi alagado, mas que perdeu seu estoque por conta da falta de energia elétrica. Esse perfil de empresa pode buscar capital de giro, por exemplo.
No caso de Cachoeirinha, que teve o estado de calamidade pública reconhecida pelo Governo Federal, as empresas têm direito a um subsídio oferecido no Pronampe. Ele é de 40%. Quem pegar R$ 100 mil, por exemplo, terá o custo da operação calculado sobre R$ 60 mil. Na prática, o empresário vai pagar um valor total como se fosse sem juros. Conforme Cristiano, as particularidades de cada linha de crédito são explicadas pelos gerentes de negócios do Sicredi e eles têm a capacidade de fazer uma análise do perfil da empresa para orientar quais linhas são possíveis de serem acessadas. E ainda há uma projeção da necessidade de caixa da empresa para dar conta do pagamento da parcela depois do prazo de carência.
Confira aqui, as linhas de crédito apresentadas na palestra.