Mais de 70 mil pessoas participam da Ronda Crioula encerrada sábado
Ronda Crioula reúne tradição, shows e culinária em nove dias de festa

Cachoeirinha – No último dia 20 de setembro, a Chama Crioula foi extinta, marcando o encerramento oficial dos festejos farroupilhas no Estado. Neste ano, a tradicional Ronda Crioula teve a sua data alterada devido a problemas estruturais, conforme informaram os organizadores. O evento ocorreu entre os dias 18 e 27 de setembro no parque de eventos da Associação de Piqueteiros de Apoio ao Tradicionalismo de Cachoeirinha (APAT).
Durante os dez dias de programação, o parque recebeu mais de 70 mil pessoas até as 20h do último sábado (27), segundo a organização. O público participou de atividades relacionadas à culinária, tradições e shows musicais da 38ª edição da Ronda Crioula, que este ano teve como tema “Nossa cidade, nossas tradições”. O último sábado contou com apresentações musicais no palco principal, onde se apresentaram as bandas Rick Martinz e Grupo Candieiro, que encerrou o evento. Ao longo do dia, os visitantes circularam pelos piquetes onde participaram de confraternizações.
A visitante Caroline Junque, moradora de Gravataí, relatou sua experiência: “Fazia anos que não participava da Ronda Crioula. Este ano assisti a dois shows, um do Sandro Coelho e outro do Guri de Uruguaiana. Aproveitei para dançar e interagir com outras pessoas. Notei algumas brigas, mas no geral a experiência foi positiva, e o ambiente permitiu a confraternização entre os participantes”.
Para o presidente da Associação de Piqueteiros de Apoio ao Tradicionalismo de Cachoeirinha (APAT), Fabiano Batista, neste ano a troca de data prejudicou alguns piqueteiros, pois pegou muitas pessoas de surpresa, principalmente aqueles que haviam planejado tirar férias entre os dias 1º e 20 de setembro. Mesmo assim, eles conseguiram aproveitar a festa.
Sobre o evento, Fabiano destacou que foram realizadas algumas melhorias, como a mudança na posição do palco principal, ajustes na estrutura de alguns piquetes, o retorno da fazenda e o aumento das parcerias. “Tudo saiu conforme esperávamos. Mesmo com a troca da data, que foi uma das principais reclamações, conseguimos realizar mais uma vez uma Ronda Crioula à altura das edições anteriores, sempre buscando oferecer o melhor ao público presente, sem perder a essência do tradicionalismo”, declarou o presidente.
O artesão e empresário Ramiro Souza, que comercializa produtos de couro há mais de 10 anos durante a Ronda, destacou que a mudança de datas afetou parcialmente suas vendas. “Em edições anteriores, os visitantes adquiriam produtos nos primeiros dias para uso durante a Ronda. Neste ano, muitos já haviam comprado em outros locais. Ainda assim, consegui obter algum faturamento com as vendas realizadas durante o evento”, explicou.
O secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Ildo Júnior da Silva, ressaltou que a realização da 38ª Ronda Crioula exigiu coordenação entre poder público, iniciativa privada, CTGs e piqueteiros. “Apesar de limitações financeiras, a união e o empenho de todos permitiram a realização do evento. Conseguimos organizar a Ronda Crioula de forma a oferecer programação aos visitantes, preservando as tradições locais. Identificamos alguns contratempos e erros, mas também tivemos acertos. Para 2026, estamos planejando a construção de um centro de eventos fixo neste local, o que exigirá planejamento e esforço conjunto para ser concluído”, declarou Ildo.
A 38ª edição da Ronda Crioula reuniu participantes de diferentes localidades, possibilitou a interação entre piqueteiros, visitantes e artistas, e consolidou-se como um espaço de preservação e divulgação das tradições culturais do Rio Grande do Sul, disse o secretário.