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Além do Meu Rincão, os loteamentos Campo Belo, Girassóis e Sítio Ipiranga prefeririam ser administrados pelo prefeito Jairo Jorge
Cachoeirinha – Não é somente o bairro Meu Rincão que aguarda por um desfecho sobre a possibilidade de ser anexado por Canoas. Moradores dos loteamentos Campo Belo, Girassóis e Sítio Ipiranga também teriam o mesmo desejo. O motivo é o abandono por parte da prefeitura de Cachoeirinha que não oferece na região escola e posto de saúde, além de fazer um atendimento precário para as necessidades mais básicas dos moradores. Com os novos loteamentos em construção, a expectativa é de que a região tenha cerca de 15 mil moradores em pouco tempo.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, se reuniu em setembro com o prefeito Cristian Wasem para tratar do Meu Rincão. Ele já chegou a conversar sobre a área, no seu primeiro mandato, quando o prefeito de Cachoeirinha era Vicente Pires. “É um desejo de muitos anos daquela comunidade e recentemente recebi a solicitação também no Prefeitura na Rua. Viemos conversar com o prefeito Cristian para vermos a melhor forma de conduzir a situação. Não se trata de uma disputa por território, mas de atender o pedido da própria população”, disse Jairo Jorge em 14 de setembro em encontro que contou com a participação do deputado estadual Sérgio Peres.
A presidente da Associação de Moradores do Campo Belo, Cátia Siqueira, conta que na quinta-feira da semana passada conversou com o prefeito de Canoas. “Ele está aguardando pelo prefeito Cristian e nós esperando para sabermos quais serão os próximos passos”, afirma, salientando que o Campo Belo, Girassóis e Sítio Ipiranga estariam dentro de uma área inicialmente demarcada, juntamente com o Meu Rincão.
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura de Canoas, Jairo Jorge aguarda a definição de um estudo que Cristian Wasem se comprometeu em fazer para poder avançar. Já a assessoria de imprensa da prefeitura de Cachoeirinha disse à reportagem que “estudos em relação a área serão solicitados”. A maior preocupação é sobre o impacto financeiro da perda da área do Meu Rincão. Os demais bairros não são considerados em uma eventual anexação a Canoas.
Outro ponto ressaltado pela assessoria é que no Meu Rincão passa o gasoduto que traz gás da Bolívia para Canoas. Ele cruzaria em dois terços da área. Cachoeirinha poderia ter direito a royalties por conta disso ou perderia o que já recebe. A prefeitura ainda não tem essa informação. Um escritório de advocacia foi contratado para tratar destas questões de royalties.
Uma fonte consultada pela reportagem considera praticamente impossível Cachoeirinha abrir mão de parte de sua área mesmo sendo esse o desejo dos moradores. Isso ocorre porque o número de habitantes é levado em conta em uma série de repasses constitucionais que o município recebe. Além disso, a prefeitura ainda tem ganhos com o recolhimento de impostos, como o IPTU. Outro ponto é que se Cachoeirinha perder mais de 17 mil moradores, a Câmara de Vereadores não poderia ter dois vereadores a mais, o que é permitido para cidades com mais de 120 mil habitantes. No ano que vem, o número de cadeiras será ampliado para 19 e valerá para quem for eleito e tomar posse em 2025.
Campo Belo tem previsão de quase 4 mil casas – Foto: Bolognesi
Enquanto isso, moradores desses bairros seguem recorrendo a Canoas para todo o tipo de serviço que necessitam. O secretário da associação de moradores do Meu Rincão, Carlos Fortes, salienta que historicamente todos estão ligados à cidade vizinha. Boa parte trabalha em Canoas e usa escolas, postos de saúde e o comércio de lá. Para quem mora no Campo Belo e Girassóis não é diferente, conforme mostrou reportagem publicada no site O Repórter em abril desse ano (clique aqui para ler). A prefeitura não tem ainda nenhum planejamento de construção de uma escola ou posto de saúde na região.
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