Inter vence e vai pegar o Rosario Central nos playoffs da Sul-Americana
Em uma partida difícil, Alario deu a vitória ao Colorado
Apoiado por um Alfredo Jaconi que pulsou como o Beira-Rio, o Internacional venceu o Delfín-EQU por 1 a 0, gol de Lucas Alario, chegou aos 11 pontos no grupo C e garantiu vaga nos playoffs da CONMEBOL Sul-Americana. A vitória desta noite de sábado (08), válida pela quinta rodada da competição continental, antecede embate contra o São Paulo, pelo Brasileirão, previsto para as 20h da próxima quinta (13/06), no Heriberto Hulse.
Nos playoffs continentais, o Inter, que avançou de fase na vice-liderança de sua chave, enfrentará o Rosario Central-ARG. O duelo será travado em jogos de ida e volta, cujas datas-base são os dias 17 e 24 de julho. Os argentinos abrirão o confronto como mandantes, no Gigante de Arroyito, enquanto o jogo de volta será travado com mando do Clube do Povo!
Time e torcida em sintonia
A saudade era grande, mas o apoio da torcida foi ainda maior. Depois de 41 dias sem ir a campo no Rio Grande do Sul, o Clube do Povo contou com a força de mais de 16 mil colorados e coloradas no caldeirão do Alfredo Jaconi. No embalado dessa cantoria incessante, o Inter cobrou míseros segundos para criar a primeira chance do jogo, finalizada por Alan Patrick e milagrosamente defendida pelo goleiro Heras.
A oportunidade do camisa 10 serviu de resumo ao roteiro da etapa inicial. Travado inteiramente no campo de defesa do Delfín-EQU, o confronto ficou resumido ao choque de ataque contra defesa. Incapaz de trocar passes, o time visitante abusou da cera para esfriar o jogo quando possível, e ainda contou com atuação inspirada de seu goleiro para não ser vazado antes do intervalo.
Aos 11 minutos, Heras voltou a ser vilão do Inter. Em velocidade, o Colorado saiu com qualidade do campo de defesa, trocando passes pelo corredor direito. Acionado na altura do grande círculo, Alan Patrick conduziu até a entrada da área antes de encontrar Wesley com bonito passe em profundidade. O atacante bateu com força, rasteiro, mas parou em excelente saída do goleiro.
Não faltou movimentação para os jogadores de ataque do Inter, que trocavam constantemente de posição, fazendo dos tabelamentos pelo lado do campo o gatilho perfeito para arrastar a última linha adversária. Já na bola parada, o Colorado levou 17 minutos para assustar. Da esquerda, Alan Patrick cobrou escanteio fechado. Na primeira trave, Fernando desviou de letra. Em cima da linha, Heras espalmou, e Alario, no rebote, finalizou por cima.
Na teoria, a formação ofensiva deixava a Academia do Povo exposta aos contragolpes. Em campo, o que se viu foi uma atuação segura de Vitão e Robert Renan. Acompanhados por Fernando, os zagueiros só foram batidos em um lance, quando Messiniti, aos 27 minutos, escapou em velocidade pela esquerda e até conseguiu driblar Fabrício. Com pouco ângulo, contudo, o atacante definiu sem força, e Bruno Henrique, ligado na cobertura, afastou o perigo.
A pressão colorada foi continuada até o apito final. Aos 41, Alan Patrick soltou a bomba de fora da área e assustou Heras. Minutos mais tarde, Bruno Henrique foi atropelado dentro da grande área. Inicialmente, a arbitragem ignorou a penalidade, mas o VAR, após revisão, sugeriu que o vídeo fosse consultado. Infelizmente, um impedimento na origem da jogada impediu maiores emoções para colorados e coloradas. Ao final do primeiro tempo, o placar seguia zerado.
Gol faz justiça ao domínio colorado
Os minutos inaugurais do segundo tempo não fugiram à regra do primeiro. Logo aos quatro, Mallo aproveitou escanteio batido na segunda trave e cabeceou forte, mas carimbou a marcação. Cada vez mais fechado, o muro de defensores equatorianos também bloqueou, aos seis, chute promissor de Bruno Henrique. Coudet, então, colocou Wanderson em campo (logo depois, o comandante também promoveria as entradas de Bustos e Lucca nas vagas de Mallo e Aránguiz).
Com Wanderson na ponta-direita, Lucca e Alario centralizados e Wesley no corredor esquerdo, o Clube do Povo ficou desenhado em um esquema próximo ao 4-2-4. A formação com dois centroavantes favoreceu o jogo aéreo, arma intensamente explorada a partir desse momento em diante – e responsável pelo gol colorado.
O relógio indicava 23 minutos quando Wesley assumiu a responsabilidade de cobrar escanteio pela esquerda. Mais uma vez, a batida foi forte, em direção à segunda trave. Desta vez, quem apareceu com espaço foi Vitão. Generoso, o zagueiro percebeu que Alario conseguira tomar a frente da marcação e cabeceou na direção do argentino, que não perdoou. De primeira, o centroavante emendou de perna direita e fez o Jaconi explodir. Inter 1 a 0!
Com o gol, o Inter ultrapassava o próprio Delfín-EQU e entrava na zona de classificação para os playoffs da CONMEBOL Sul-Americana. Obrigado a sair para o jogo, o time visitante começou a ceder mais espaços, e quase pagou caro quando Lucca, aos 31, aproveitou erro na saída de jogo adversária, invadiu a área pela direita e bateu forte. A bola saiu raspando o travessão de Heras.
O jogo de xadrez dos técnicos foi intensificado aos 33 minutos, quando Juan Pablo Buch substituiu Miño por Tejena. Ao mesmo tempo, Coudet reforçou o sistema defensivo colorado: Igor Gomes e Thiago Maia entraram nos lugares de Alario e Wesley. A partir de então, Bustos foi adiantado para a linha de meio-campistas, onde ficou alinhado com Fernando, Maia e Wanderson.
Na única chance que criou na reta final, o Delfín-EQU parou no goleiro Fabrício. Em lance de puro reflexo, o paredão colorado salvou, com a mão esquerda, chute perigosíssimo do ataque visitante. No restante do confronto, os equatorianos abusaram do chuveirinho, mas não conseguiram superar a defesa do Inter. Na frente, o Clube do Povo ainda teve oportunidades para matar o jogo no contra-ataque, mas o 1 a 0 já era suficiente!