Delegado se posiciona como a ruptura que Cachoeirinha precisa
Terceiro colocado na última eleição, delegado João Paulo Martins se articula para uma pré-candidatura na eleição suplementar
Cachoeirinha – O delegado João Paulo Martins (Progressistas), terceiro colocado no pleito de 2020 com 11.295 votos, está acompanhando a movimentação política para a eleição suplementar a ser marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e mantém o discurso de que representa a ruptura que Cachoeirinha precisa.
Os grupos de Cristian Wasem (MDB), hoje prefeito interino com a cassação dos diplomas de Miki Breier e Maurício Medeiros, e de Rubens Otávio (União Brasil) possuem a mesma origem do que governa a cidade há duas décadas, na avaliação de João Paulo. Um está no poder e o outro é dissidente.
“Lá atrás, eles brigaram. O que temos é um grupo que arquivou CPIs e agora, mais recentemente, o impeachment [de Miki]. O outro se apresenta como o melhor do mundo, embora tenha legitimidade para uma disputa eleitoral porque batalhou pela cassação. Mas nós temos que ter muito claro que uma coisa é o que fizeram [buscar a cassação] e outra é a gestão do Município. Cachoeirinha precisa é de uma mudança efetiva”, defende.
João Paulo ainda não se apresenta como pré-candidato e argumenta que sequer houve a marcação da eleição suplementar. Está, contudo, “determinado em se colocar à disposição” e revela que vem sendo procurado por lideranças de outros partidos para a possível formação de uma aliança. Hoje, caso venha a ser candidato, não tem um vice definido.
O presidente do PL, Ervino Deon, que já foi secretário estadual de Educação, é um dos nomes cotados. “Temos uma afinidade ideológica e de ideias. Já trabalhamos juntos no Governo do Estado. Quando eu fui chefe de Polícia, ele foi secretário de Educação. Mas não há nada definido ainda sobre a possível formação de uma chapa”, ressalta.
Um dos pontos que João Paulo considera fundamental para uma aliança com partidos interessados em defender uma proposta é a manutenção da sua argumentação. “A coerência de propósito que vai apresentar uma alternativa daquilo que Cachoeirinha precisa é um ponto que não podemos esquecer. Eu não posso cair em contradição”, destaca. A preocupação é não fechar alianças com partidos que não representem, de fato, uma ruptura.
João Paulo se posiciona como quem não faz parte do mesmo grupo que vem governando a cidade desde o início da primeira gestão de José Stédile em 2001, apesar de ter integrado a segunda gestão de Vicente Pires por pouco mais de dois anos, até o final de 2016.
“A minha participação foi técnica. Eu sequer era filiado a um partido e nem votava em Cachoeirinha. Eu aceitei o convite na época porque Vicente [Pires] demonstrava querer fazer um trabalho muito bom e com pessoas técnicas. Ele buscou, por exemplo, para a Saúde o médico Amir [Selaimen], e para o Planejamento, o engenheiro Paulo Balthazar, pessoas qualificadas e técnicas. Foi neste contexto que eu aceitei o convite”, salienta.