Crime ambiental segue sem solução em Cachoeirinha
Área foi invadida no Mato do Júlio, está sendo aterrada e casas estão em construção
Cachoeirinha – O vereador Marco Barbosa voltou a denunciar nesta terça-feira (7), na Tribuna da Câmara de Vereadores, a continuidade do que seria um crime ambiental em andamento em uma área invadida no Mato do Júlio. O local continuaria recebendo aterro e nele segue a construção de casas. Nesta terça, o parlamentar esteve no local e flagrou a chegada de um caminhão de uma empresa que prestaria serviços para a Corsan. Ele estava carregado de madeiras que seriam descartadas na área de terra.
O local ocupado fica em uma estrada na outra margem da freeway e que dá acesso a estação de tratamento de esgoto da Corsan. Segundo o vereador, o motorista não chegou a descarregar o entulho porque foi flagrado. A Guarda Municipal e a Polícia Civil foram chamados, bem como a fiscalização ambiental da secretaria municipal do Meio Ambiente.
O vereador foi o comunicante do que considera crime ambiental porque a fração de terras está no Plano Diretor como de interesse ambiental. Ela seria uma área de preservação. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Eduardo Quintana, no dia 20 de outubro, dois condutores de caminhões foram multados por descarte irregular de aterro no terreno. Já a empresa flagrada nesta terça recebeu uma notificação já que não chegou a cometer uma irregularidade porque o vereador impediu.
Barbosa destacou na Sessão que há um crime ambiental continuado e que um inquérito policial será instaurado. Ele ainda flagrou no mato algumas cabeças de gado em estado de desnutrição. A secretaria municipal de Planejamento, que poderia embargar o aterro e construções, além de notificar os proprietários legais, enviou nota à reportagem. Confira abaixo:
“Estamos empenhados em tomar todas as medidas cabíveis dentro da legislação. Desde o momento em que tomamos conhecimento da ocupação, estabelecemos contato com os órgãos públicos responsáveis em busca de apoio, incluindo a Brigada Militar, com o compromisso constante de preservar a integridade das pessoas no local. Nossa prioridade é assegurar o bem-estar e a segurança de todos, trabalhando em conjunto para encontrar uma solução que promova habitação digna e segura em nossa cidade.”
Barbosa lembrou na Sessão da Câmara que as terceirizadas recebem em seus contratos os valores correspondentes aos custos para fazerem a destinação correta de entulho e que não poderiam fazer o descarte em uma área que não fosse legalmente habilitada para isso.
A Corsan se manifestou por intermédio de nota enviada pela sua assessoria de imprensa:
“A Corsan está comprometida com os mais altos padrões de responsabilidade ambiental e sustentabilidade em todas as suas operações. Será encaminhada uma investigação interna dos fatos e, caso seja constada alguma irregularidade por parte do prestador de serviço sob a responsabilidade da Corsan, serão tomadas as medidas necessárias em relação à empresa terceirizada. A Corsan reitera que seus parceiros passam por treinamentos para garantir que atuem em alinhamento com os valores e compromissos ambientais da Companhia. Continuará trabalhando incansavelmente para minimizar impactos negativos à natureza e promover práticas sustentáveis, sempre buscando parceiros que compartilhem dessa mesma visão.”