Como projeto da Tellescom pode mudar o perfil socioeconômico de Cachoeirinha

Cachoeirinha – Uma mudança completa no perfil socioeconômico de Cachoeirinha poderá ocorrer a partir da implantação da fábrica de semicondutores da Tellescom e com o envolvimento do braço social da empresa em um projeto que foi apresentado na semana passada no Centro das Indústrias de Cachoeirinha: o Cidade Tellescom.

O diretor presidente da Fundação Tellescom, Americo Mattar, explica que o projeto tem esse nome provisório e pretende envolver a comunidade. “Ele vai olhar não só para prosperidade da indústria, que é justa, que é lícita, mas também para desenvolver o território ao seu redor. Isso vai acontecer com a criação de oportunidades de educação, de inclusão produtiva, de formação desde da primeira infância até o ensino médio e, posteriormente, teremos cursos profissionalizantes para preparar esses jovens e essas crianças para o mundo da tecnologia, da hiperconexão”, destacou.

A preocupação da empresa, conforme ressalta Americo, é proporcionar oportunidades para a comunidade do entorno da empresa se beneficiar do projeto cujo investimento estimado é de R$ 1 bilhão para a implantação da fábrica de semicondutores na antiga área da Cientec. “Acho que existem alguns aprendizados sobre os clusters empresariais no Brasil. Necessariamente, eles não foram capazes de trazer prosperidade para o seu entorno”, salientou.

Já o parque industrial será integrado com a comunidade, permitindo que nele seja possível ter uma área de lazer, de prática esportiva e de inclusão através do esporte. “Não vai ser um parque industrial cercado por muros ou totalmente isolado da comunidade. Vamos ter ciclovia e um parque linear. A gente busca com essa iniciativa uma uma conjunção de fatores da indústria, do empresariado, do empreendedorismo, da sociedade civil e do governo. Todos atuando em conjunto para trazer essa visão de prosperidade ampliada”, destacou.

Mudança do perfil socioeconômico da cidade

Para Americo, a implantação da Tellescom tem o potencial para promover uma mudança no perfil socioeconômico de Cachoeirinha, algo semelhante ao que aconteceu em e Recife com o Porto Digital, que é um parque tecnológico e ambiente de inovação. Ele se destaca como um dos principais polos de tecnologia e economia criativa do Brasil, reunindo empresas de diversos setores, como software, serviços de TI, games, animação e tecnologias urbanas. 

“A ambição é que esse projeto da Tellescom atraia outras indústrias da tecnologia. O Rio Grande do Sul já tem um ecossistema muito sólido de tecnologia. O Estado já vem fazendo um esforço muito grande nessa direção, tanto é que é o único Estado brasileiro que tem uma política de incentivos aos semicondutores. Nesse contexto, a gente se soma a essa iniciativa do Estado e nosso objetivo é atrair outras companhias para a região”, explicou, salientando que a inclusão produtiva proposta pela empresa, formando pessoas, prepara o ecossistema para ele evoluir.

“Então, certamente, muda o perfil socioeconômico não só ao seu redor, mas do Estado como um todo. Algumas iniciativas no Brasil nos inspiram. O Porto Digital lá em Recife. Quando ele começou, ele mudou completamente a característica da cidade. Temos outros exemplos, como em Santa Catarina com o Sapiens Parque em Florianópolis e a Cidade Criativa Pedra Branca, em Palhoça, que tem um complexo multiuso e sedia a maior associação de tecnologia de Santa Catarina”, citou.

Americo argumenta que iniciativas na área da inovação e tecnologia têm um potencial de transformação e elevação de qualidade de vida das pessoas que estão ao redor. “Então, a gente tem essa inspiração e essa intencionalidade. Tanto que os indicadores que nós queremos avaliar de sucesso do projeto no futuro, é elevação da renda média, elevação do nível de empregabilidade, a quantidade de empresas que se instalam no território inspiradas por esse modelo”, disse.