De acordo com estudo apresentado pelo Fórum Nacional da Obesidade e o Public Health Collaboration do Reino Unido, uma alimentação com mais gorduras e menos carboidratos é mais saudável e pode ser mais eficiente para quem busca combater o sobrepeso e se manter longe de problemas cardiovasculares.
Com base em estudos de elevado nível de evidência científica, médicos que conduziram a pesquisa, publicada na última semana no tablóide britânico Daily Express, as orientações adotadas nas últimas décadas, focadas unicamente em diminuir o consumo diário de calorias, alimentos com baixo colesterol e redução de gorduras naturais, podem ser apontados, inclusive, como fatores agravantes da epidemia de obesidade e diabetes tipo 2.
Segundo o especialista no tratamento de pacientes com diabetes e sobrepeso, Dr. Patrick Rocha, as raízes destas doenças estão sim fortemente relacionadas com os hábitos alimentares e é necessária uma revisão das diretrizes nutricionais e de saúde pública para reverter o quadro.
“A estigmatização continuada das gorduras naturais, como dos integrais e carnes, afastou por muito tempo as pessoas dos alimentos altamente nutritivos. As carnes, peixes, ovos, nozes, sementes, azeitonas, abacates deixaram de fazer parte do cotidiano e entraram os congelados e carboidratos refinados. Os alimentos naturais precisam voltar a fazer parte da rotina diária”, destaca Patrick Rocha.
O movimento de busca por uma alimentação inteligente e mais natural começa a ganhar mais força globalmente. Isso porque solucionar a epidemia de obesidade e suas consequências adversas, tais como o diabetes, é um dos desafios mais importantes da saúde pública. Somente no Reino Unido são destinados mais de £26 bilhões anualmente para o tratamento de doenças relacionadas ao problema. Nos Estados Unidos, os gastos já atingem mais de U$245 bilhões ao ano.
No Brasil, o tema também tem ganhado relevância com a evolução preocupante da obesidade no país. De acordo com dados divulgados pelos Ministério da Saúde, 52,5% da população adulta estão acima do peso e, dessa parcela, 17,9% estão obesos. Entre as principais orientações do órgão para reverter a situação, consumir mais frutas e verduras, e sempre que possível, preparar as refeições em casa – e dessa forma controlar a quantidade de óleo, sal, açúcar- estão em destaque.
Os esforços com foco em redução do consumo de gorduras se mostraram um tremendo fracasso com o crescimento epidêmico de diabetes e obesidade, provocados principalmente pelo aumento no consumo de açúcar e carboidratos industrializados. Em publicação do Instituto de Pesquisa da Credit Suisse, é apontado que vivemos um momento de virada em relação as tendências alimentares, que tendem a uma alimentação mais natural e livre de processados e químicas. De acordo com o levantamento, o colesterol que era tido como um dos grandes vilões da saúde, não tem influência no nível de colesterol no sangue e em potenciais problemas de coração.
“Os mais recentes estudos tornam evidente que as gorduras não processadas são as mais saudáveis. Além disso, acredito que e a chave para uma mudança é começarmos a olhar para a alimentação não apenas quando preocupados com o o tratamento de doenças, mas, principalmente, na prevenção delas. É essencial começar a conscientizar e educar as pessoas sobre importância dos hábitos alimentares” completa Dr. Patrick Rocha.