CIC e ACC defendem reabertura das empresas – oreporter.net – Notícias de Cachoeirinha e Gravataí
Venso: "vamos recorrer" - Foto: Divulgação

CIC e ACC defendem reabertura das empresas

Entidades entendem que a prefeitura deve adotar o isolamento vertical para evitar a quebra de empresas e perda de empregos

Cachoeirinha – O Centro das Indústrias de Cachoeirinha (CIC) e a Associação Comercial de Cachoeirinha (ACC) estão defendendo que a prefeitura flexibilize os decretos que determinaram o fechamento da maioria das empresas para conter a propagação do novo coronavírus e evitar um colapso no sistema de saúde. Para os presidente das entidades, o isolamento vertical, com o isolamento de idosos e demais integrantes de grupos de risco, além da adoção de medidas de proteção de funcionários e consumidores, seria capaz de permitir um equilíbrio entre a preservação de vidas e das empresas.

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Para o presidente do CIC, Airton Venzo, a preocupação com a saúde das pessoas é importante, mas as medidas não podem ser radicais a ponto de quebrar empresas e gerar desemprego. “Não temos nenhum caso em Cachoeirinha ainda e a liberação poderia ser feita aos poucos com todos os cuidados de higiene e distanciamento das pessoas. Se passarmos a ter muitos casos, se adotam novamente algumas restrições”, comenta.

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As empresas do Distrito Industrial estão autorizadas a funcionar, mas a situação está difícil para muitas delas, até mesmo para as que fabricam componentes utilizados em equipamentos de saúde. “A indústria está parando. Além da falta de matéria prima estamos com muitos funcionários apresentando atestado”, revela, salientando que mais uma semana com o comércio e serviços fechados complicará ainda mais o quadro.

Na sua empresa, segundo Venzo, metade dos funcionários não estão indo trabalhar. Ele citou ainda o exemplo de uma empresa de alimentos cujos clientes estão devolvendo pedidos. “É uma cadeia. Quando um setor pára acaba afetando toda a engrenagem”, explica.

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Já o presidente da ACC, Cleber Rodrigues Soares, revela que cerca de 20% das empresas do setor comercial e de serviços não terão como pagar a folha salarial de março. “Eu acredito que em torno de 80% delas ainda conseguirão quitar os salários de março, mas no mês seguinte isso não será possível, pois não há receita”, avisa. O quadro de associados da ACC é formado por pequenas empresas, a maior parte familiares.

“Ninguém é louco para trabalhar como se nada estivesse acontecendo. Todas as medidas de higiene, como limpeza, uso de máscaras e álcool em gel, serão adotadas. Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio entre os cuidados com a saúde das pessoas e também das empresas”, reforça.

Soares avalia que uma quebradeira poderá ocasionar uma série de problemas até mais graves. “Pessoas vão perder os empregos e vão adoecer por problemas psicológicos. Podemos ainda ter saques em supermercados”, enfatiza. Para enfrentar esse período e tentar segurar os empregos, muitos empresários optaram por antecipar férias ou dar folgas a serem descontadas no futuro.

Além da reabertura das empresas, os presidentes das entidades elaboraram uma pauta de reivindicações em conjunto e entregaram ao prefeito Miki Breier na semana passada. Nela, pedem a suspensão da cobrança do ISS por três meses, suspensão da cobrança de dívidas de ISS por seis meses, suspensão total ou parcial da cobrança de IPTU por seis meses, carência de quatro meses nos parcelamentos de dívidas em curso e postergação do prazo para entrega de declarações relativas a tributos municipais bem como a suspensão da prática de atos processuais da Secretaria da Fazenda. Esta última, a prefeitura já atendeu.

A pressão das entidades empresariais de Cachoeirinha não é isolada. O governador Eduardo Leite tem sido pressionado. Em outros estados, governos do Mato Grosso, Santa Catarina e Roraima reabriram o comércio seguindo o polêmico discurso do presidente Jair Bolsonaro. Pelas redes sociais cresce o movimento chamando para atos pelo fim da quarentena. Em Cachoeirinha há anúncios chamando para uma carreata às 9 horas deste sábado com concentração na ponte de acesso à cidade.

Municípios não vão ceder

A Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal) fez uma reunião online com os prefeitos da região e emitiu nota oficial sobre o enfrentamento ao coronavírus nesta quinta-feira (26). O presidente da Granpal, Miki Breier, reiterou as principais ações de combate a Covid-19, tais como o isolamento social para evitar a propagação do vírus, visando à preservação da vida e da saúde das pessoas. “A população está entendendo a necessidade de ficar em casa neste momento. É uma união de esforços para evitar uma tragédia maior logo ali na frente”, pontuou.

Conforme o comunicado da Granpal, “Diante do avanço da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) na região, bem como da declaração de área de transmissão comunitária no Estado do Rio Grande do Sul, os prefeitos da Grande Porto Alegre reiteram a convicção, de seus municípios e de suas equipes, de que a prevenção e o enfrentamento à doença deve se dar, neste momento, por meio de medidas restritivas à circulação de pessoas e que favoreçam o isolamento social e, especialmente, a proteção dos idosos e demais integrantes do grupo de risco”.

Em outro trecho, a nota trata sobre o fechamento e as restrições impostas aos estabelecimentos comerciais e de serviços: “Nesse sentido, embora consideremos necessárias as medidas que limitaram a atividade econômica da região, manifestamos nossa disposição de dialogar com as entidades empresariais para que possamos discutir alternativas e estratégias vislumbrando, tão logo os indicadores apresentem-se favoráveis ao controle da pandemia, a reabertura, de forma gradativa, dos comércios, serviços e demais empresas ora afetadas. O desenvolvimento econômico e social das nossas cidades também tem impacto direto na vida das pessoas”.

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