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Aprenda a multiplicar sua orquídea sem danificar as raízes

Multiplicar orquídea sem causar estresse à planta é uma arte que une paciência, técnica e delicadeza. Quem cultiva essa flor sabe que a beleza das orquídeas vai além de suas flores exuberantes — está também na forma como se adaptam, se regeneram e podem ser divididas para formar novas mudas. O segredo? Entender o ritmo da planta e escolher o momento certo. Se você tem uma orquídea que cresceu bastante, talvez esteja na hora de compartilhar sua beleza com outros vasos, sem colocar em risco suas raízes.

Como multiplicar orquídea sem danificar raízes

A multiplicação da orquídea, principalmente as do tipo simpodial como a Cattleya, Dendrobium ou Oncidium, é feita por divisão de touceiras. Para fazer isso sem comprometer as raízes, o ideal é aguardar o fim da floração e observar se a planta já emitiu novos pseudobulbos. Use uma tesoura esterilizada e separe a planta em partes com pelo menos três pseudobulbos cada. Isso garante que cada muda tenha força suficiente para se desenvolver sozinha.

Nunca puxe a planta com força do vaso. Se as raízes estiverem muito grudadas no substrato ou no cachepot, umedeça bem antes de tentar soltar. Forçar pode rasgar as raízes e comprometer a rebrota.

Use substratos adequados após a divisão

Depois da divisão, cada nova orquídea precisa de substrato apropriado. Evite plantar em terra comum. O ideal é usar casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, que garantem aeração e drenagem. Para ajudar na cicatrização dos cortes, polvilhe canela em pó nas raízes cortadas antes de replantar.

Evite vasos grandes demais — orquídeas gostam de “aperto”. O excesso de espaço pode levar à umidade acumulada e apodrecimento radicular.

Escolha o melhor momento do ano para fazer a divisão

A melhor época para multiplicar orquídeas é no fim do inverno ou início da primavera, quando as temperaturas começam a subir e a planta entra em fase de crescimento. Nessa fase, ela vai emitir novas raízes e se adaptar com mais facilidade ao replantio.

Evite fazer a multiplicação em períodos muito quentes ou frios, pois o estresse térmico pode prejudicar a recuperação.

Como cuidar das mudas recém-divididas

Após o replantio, coloque as novas mudas em local com boa luminosidade, mas sem sol direto. Nos primeiros dias, mantenha a umidade alta ao redor das plantas — borrifar água ajuda, desde que não encharque o substrato. As regas devem ser moderadas, apenas quando o substrato estiver seco.

Evite adubações fortes no início. Espere cerca de 20 dias para iniciar adubação com fertilizante NPK 10-10-10 diluído, uma vez por mês, sempre após a rega.

Multiplicação de orquídeas por keikis

Algumas orquídeas, como a Dendrobium, produzem brotos chamados keikis (termo havaiano que significa “bebê”). Eles surgem ao longo da haste floral e podem ser separados quando tiverem cerca de 5 cm e pelo menos três raízes próprias.

Basta destacá-los com cuidado e plantar em um vasinho com substrato próprio. O cuidado com keikis é semelhante ao das mudas por divisão, com atenção especial à umidade e iluminação indireta.

Técnica da divisão de rizomas

Outra forma de multiplicar é pela divisão de rizomas, muito comum em orquídeas simpodiais. O rizoma é o “caule horizontal” de onde nascem os pseudobulbos. Usando uma lâmina esterilizada, separe os rizomas de forma que cada parte tenha no mínimo três pseudobulbos. Essa técnica é segura e, se feita corretamente, permite multiplicar uma orquídea saudável em dois ou três novos vasos.

Após a divisão, mantenha a planta em local protegido do vento e da exposição direta ao sol. Evite movimentar o vaso nos primeiros dias para que as raízes se firmem no novo substrato.

Erros que comprometem a multiplicação

Um erro comum é dividir plantas jovens demais ou com poucos pseudobulbos. Isso enfraquece a orquídea e pode impedir o florescimento futuro. Outro erro frequente é cortar as raízes sem cuidado, ou usar instrumentos não esterilizados, o que pode introduzir fungos e bactérias na planta.

Jamais molhe as raízes nos dois primeiros dias após o corte. Esse cuidado reduz o risco de infecção e garante melhor cicatrização.

Evite também o uso de substratos de baixa qualidade ou o replantio em vasos sem furos de drenagem. O acúmulo de água pode ser fatal para uma muda recém-dividida.

Quanto tempo leva para a nova muda florescer?

Se a multiplicação for feita corretamente e os cuidados forem mantidos, a nova muda de orquídea pode florescer em até dois anos. Parece muito? Lembre-se de que a natureza tem seu próprio tempo — e, com paciência, o presente vem em forma de flores deslumbrantes e duradouras.

A multiplicação de orquídeas é uma maneira incrível de expandir sua coleção, presentear amigos e manter a saúde da planta-mãe. O segredo está no respeito ao ciclo natural da planta, na técnica correta e no carinho durante todo o processo.

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